14/12/23 - 15:16 | Atualizado em 14/12/23 - 15:16
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, anunciou o quarto corte consecutivo na Taxa Selic para 11,75%. Essa decisão, unânime entre os membros do Copom, marca o menor patamar da taxa desde março de 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em sua mais recente decisão, anunciou um novo corte na taxa básica de juros, a Selic, reduzindo-a de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano. Este movimento representa a quarta redução consecutiva desde agosto, evidenciando uma postura consistente de desinflação. A decisão, unânime entre os membros do Copom, coloca a taxa em seu nível mais baixo desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.
O Copom, liderado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e composto por oito diretores da instituição, emitiu um comunicado pós-decisão, indicando não apenas a redução atual, mas também sinalizando a possibilidade de novos cortes no mesmo patamar de -0,5 ponto percentual para as próximas reuniões. O próximo encontro do Copom está agendado para os dias 30 e 31 de janeiro de 2024.
Taxa Selic
Além de ser o principal instrumento de política monetária, a Selic desempenha um papel crucial no controle da inflação, exercendo influência sobre as taxas de juros em todo o país, desde empréstimos e financiamentos até aplicações financeiras.
Internacionalmente, o Copom observa um cenário “menos adverso” em comparação com a última reunião, destacando o “arrefecimento das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos” e sinais de redução da inflação em diversos países. A recente decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos de manter as taxas de juros, combinada com uma sinalização de término do ciclo de alta, contribui para essa percepção.
Âmbito Doméstico
No âmbito doméstico, o Copom analisa a trajetória de desinflação da inflação ao consumidor. Apesar do aumento de 0,28% em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) permanece dentro das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional para 2023.
Quanto às metas fiscais, o Copom reitera a importância de seguir as metas já estabelecidas, especialmente para ancorar as expectativas de inflação e conduzir a política monetária de maneira eficaz. Em relação à meta de déficit zero para 2024, o comunicado indica a necessidade de vigilância, considerando declarações anteriores do presidente Lula questionando a viabilidade dessa meta.
Expectativas de Inflação
A instituição esclarece o processo de decisão, destacando que a projeção da taxa Selic leva em conta não apenas as condições atuais, mas também as metas estabelecidas para os próximos anos. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025, conforme a pesquisa Focus, giram em torno de 4,5%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.
O Copom projeta uma trajetória de inflação de 4,6% em 2023, 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025, com as projeções para preços administrados de 9,1%, 4,5% e 3,6%, respectivamente. O comunicado destaca riscos tanto para alta quanto para baixa, ressaltando a incerteza da conjuntura internacional e a importância da condução cautelosa da política monetária.
Taxa Selic para 11,75%
A decisão de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano, é respaldada pela estratégia de convergência da inflação para as metas ao longo dos próximos anos, sem comprometer a estabilidade de preços. O Copom reforça a necessidade de uma política monetária contracionista, respeitando a evolução da dinâmica inflacionária, o hiato do produto e os riscos presentes.
A votação unânime pela redução contou com a participação de membros do Copom, incluindo o presidente Roberto de Oliveira Campos Neto. O comunicado também fornece detalhes sobre o cenário de referência considerado nas projeções, abordando variáveis como taxa de câmbio e preço do petróleo.
Política Monetária
O Copom, alinhado com sua abordagem de política monetária, reduziu a taxa Selic, reafirmando seu compromisso com a estabilidade econômica e o controle da inflação. A instituição permanece atenta aos cenários internacional e doméstico, adaptando suas decisões conforme a evolução dos indicadores econômicos.
Além disso, o Copom ressalta a importância da execução das metas fiscais estabelecidas, considerando-as essenciais para a ancoragem das expectativas de inflação e, por conseguinte, para a condução efetiva da política monetária. Em relação à meta de déficit zero para 2024, apesar de declarações do presidente Lula levantando dúvidas, o Copom destaca a necessidade de buscar esse equilíbrio nas contas públicas.
Cenário Internacional
O cenário internacional, embora menos adverso, ainda demanda cautela, especialmente para países emergentes como o Brasil, conforme apontado pelo Copom. A conjuntura global mostra sinais de melhoria, com o arrefecimento das taxas de juros nos Estados Unidos e indícios de queda da inflação em várias nações.
No contexto doméstico, os indicadores de atividade econômica seguem consistentes com a projeção de desaceleração da economia feita pelo Copom. A inflação ao consumidor, como esperado, mantém uma trajetória de desinflação, com destaque para as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta nas divulgações mais recentes.
Fatores de Risco
O Comitê destaca que persistem fatores de risco em ambas as direções para o cenário inflacionário e as expectativas. Entre os riscos de alta, destacam-se a persistência das pressões inflacionárias globais e a resiliência da inflação de serviços em relação ao projetado devido a um hiato do produto mais apertado. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica global do que o previsto e os impactos mais fortes do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global.
O Copom avalia que a conjuntura, especialmente devido ao cenário internacional, permanece incerta e exige cautela na condução da política monetária. A instituição reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação, mas também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, de forma unânime, preveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e consideram esse ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Copom enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas de inflação e do balanço de riscos.
CRÉDITOS
Por: Edivaldo de Carvalho — Jornalista, Repórter e Diretor de Jornalismo da Digital Press Brasil — MTB: 0040977/ Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/Agência Brasil/Marcello Casal Jr. Fonte: Banco Central. |
Obrigado por estar na Digital Press Brasil!
Queremos produzir mais reportagens gratuitas para você e contratar pessoas talentosas para a nossa equipe. Considere fazer uma doação de qualquer valor através da chave PIX abaixo (ela também é nosso e-mail de contato).
Doação com PIX
euapoio@digitalpressbrasil.com.br
Sobre errata e página de erros.
Por favor, aponte quaisquer equívocos — sejam eles informacionais, ortográficos, gramaticais, entre outros — presentes em nossas reportagens. Sua contribuição é fundamental para que possamos analisar e corrigir esses erros. Se encontrar algum problema ou precisar entrar em contato por qualquer outro motivo, por favor, faça-o através deste link. Para acessar a página de erros, clique aqui.
Seja nosso colunista.
Seja um colunista voluntário na Digital Press Brasil, fale conosco e escreva “quero ser colunista” no “assunto” do formulário clicando aqui.