28/08/23 - 17:37 | Atualizado em 28/08/23 - 17:37
O saldo de Crédito Ampliado registrou uma queda de 0,5% em julho, totalizando R$15,2 trilhões no Brasil. Essa variação impactou a economia, refletindo desaceleração no crescimento. A redução se deve, principalmente, à queda de 2,1% no saldo da dívida externa, influenciada pela valorização cambial de 1,6%.
O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (28), que o mês de julho trouxe movimentações significativas nos dados relativos ao crédito ampliado destinado ao setor não financeiro no Brasil. O saldo totalizou R$15,2 trilhões, equivalente a 146,2% do Produto Interno Bruto (PIB), apresentando uma redução de 0,5% em relação ao mês anterior.
A queda de 2,1% no saldo da dívida externa, influenciada por uma valorização cambial de 1,6%, desempenhou um papel primordial nessa variação.
Além disso, a análise interanual destacou uma desaceleração gradual do crédito ampliado desde março, com um crescimento de 7,0% em doze meses, contrastando com os 7,8% registrados em junho do mesmo ano.
Esse cenário de mudanças impactou diretamente as operações de crédito destinadas às empresas e famílias, assim como os agregados monetários.
No segmento das famílias, observou-se um aumento de 0,4% em relação ao mês anterior e um crescimento de 11,3% em doze meses.
Operações de Crédito
Os saldos das operações de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) totalizaram R$5,4 trilhões, com tendências distintas para as operações voltadas para pessoas jurídicas e físicas.
Mas, você já ouviu falar em crédito ampliado? Sabe o que isso significa e como isso afeta a sua vida? Nesta reportagem, vamos explicar de forma simples e clara o que é o crédito ampliado e como ele influencia a economia brasileira.
O que é crédito ampliado?
Crédito ampliado é o dinheiro que o governo, as empresas e as famílias pegam emprestado para pagar suas contas ou fazer investimentos.
Esse dinheiro pode vir de diferentes lugares, como os bancos, o mercado de títulos (que são papéis que representam uma dívida), os estrangeiros ou outros agentes econômicos (que são pessoas ou instituições que participam da economia).
O saldo do crédito ampliado é o total de dinheiro que o setor não financeiro da economia (que são todos os agentes econômicos que não são bancos ou instituições financeiras) deve para esses lugares. O saldo do crédito ampliado pode aumentar ou diminuir, dependendo de quanto dinheiro é emprestado ou pago.
O crédito ampliado é importante?
O crédito ampliado é importante porque ele afeta a economia brasileira de várias formas. Por exemplo:
- O crédito ampliado pode estimular o investimento produtivo, ou seja, a compra de máquinas, equipamentos, tecnologia e inovação, que podem aumentar a capacidade e a qualidade da produção das empresas.
- O crédito ampliado pode estimular o consumo consciente, ou seja, a compra de bens e serviços que podem melhorar a qualidade de vida das famílias, como educação, saúde, lazer e cultura.
- O crédito ampliado pode estimular o crescimento econômico, ou seja, o aumento do valor de tudo o que a economia produz em um determinado período, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB).
- O crédito ampliado pode gerar empregos, renda e impostos, que podem beneficiar as famílias e o governo.
O crédito ampliado no Brasil
O Banco do Brasil (BC) divulga mensalmente os dados sobre o crédito ampliado no Brasil. Segundo o BC, em julho deste ano, o saldo do crédito ampliado no Brasil foi de R$15,2 trilhões, equivalente a 146,2% do PIB. Isso significa que o setor não financeiro da economia deve mais do que produz. Esse saldo teve uma redução de 0,5% em relação ao mês anterior.
Isso aconteceu principalmente porque a dívida externa (o dinheiro que os agentes econômicos devem para os estrangeiros) diminuiu 2,1%, por causa da valorização do real em relação ao dólar. Visto que, o crescimento do crédito ampliado em um ano foi de 7%, menor do que os 7,8% registrados em junho.
Esses dados mostram que o crédito ampliado no Brasil está desacelerando, e isso pode ter efeitos positivos ou negativos na economia, dependendo dos motivos e das consequências dessa desaceleração.
O crédito ampliado na economia
Os efeitos do crédito ampliado na economia dependem de vários fatores, como:
- A composição do crédito ampliado: quem pega e quem empresta o dinheiro.
- A qualidade do crédito ampliado: se o dinheiro é usado para fins produtivos ou especulativos.
- A sustentabilidade do crédito ampliado: se os agentes econômicos conseguem pagar as suas dívidas sem comprometer as suas finanças.
De forma geral, podemos dizer que:
- Um nível baixo de crédito ampliado pode ser ruim para a economia, pois pode indicar falta de acesso ao crédito, baixa demanda por financiamento ou alta restrição ao endividamento. Isso pode desestimular o investimento produtivo, o consumo consciente e o crescimento econômico.
- Um nível alto de crédito ampliado pode ser bom para a economia, pois pode indicar ampla oferta de crédito, alta demanda por financiamento ou baixa restrição ao endividamento. Isso pode estimular o investimento produtivo, o consumo consciente e o crescimento econômico.
- Um nível muito alto de crédito ampliado pode ser ruim para a economia, pois pode indicar endividamento excessivo, alocação ineficiente de recursos ou risco de instabilidade financeira. Isso pode gerar inflação, juros altos, vulnerabilidade externa e crise de confiança.
O crédito ampliado afeta a sua vida?
O crédito ampliado afeta a sua vida de várias formas, como:
- O crédito ampliado pode facilitar ou dificultar o seu acesso ao crédito, dependendo da oferta e da demanda por financiamento na economia.
- O crédito ampliado pode aumentar ou diminuir o seu poder de compra, dependendo da taxa de juros e da inflação na economia.
- O crédito ampliado pode melhorar ou piorar a sua qualidade de vida, dependendo do nível de renda, de consumo e de investimento na economia.
- O crédito ampliado pode afetar os serviços públicos que você utiliza, dependendo do nível de endividamento e de arrecadação do governo.
Você pode usar o crédito ampliado?
Você pode usar o crédito ampliado de forma responsável e sustentável, seguindo algumas dicas, como:
- Pegue emprestado apenas o que você precisa e o que você pode pagar.
- Compare as diferentes opções de crédito disponíveis no mercado e escolha a mais adequada para o seu perfil e para o seu objetivo.
- Planeje o seu orçamento e controle as suas despesas para não comprometer a sua renda com o pagamento das dívidas.
- Evite usar o crédito para fins especulativos ou consumistas, que podem gerar endividamento excessivo e inadimplência.
- Use o crédito para fins produtivos ou conscientes, que podem gerar benefícios para você e para a sociedade.
Um Conceito Importante
O crédito ampliado é o dinheiro que o governo, as empresas e as famílias pegam emprestado para financiar as suas atividades e que afeta a economia brasileira e a sua vida.
Dependendo do seu nível, da sua composição, da sua qualidade e da sua sustentabilidade, ele pode ter efeitos positivos ou negativos na economia.
Seguindo algumas dicas simples, você pode usar o crédito ampliado de forma responsável e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.
Dados e Variações
Em julho deste ano, o crédito ampliado no Brasil, que é o dinheiro que o governo, as empresas e as famílias pegam emprestado para financiar as suas atividades, teve algumas mudanças importantes. O saldo total foi de R$15,2 trilhões, um valor muito alto, mas que caiu 0,5% em relação ao mês anterior.
Essa oscilação, embora moderada, foi impulsionada principalmente pela queda de 2,1% no saldo da dívida externa, influenciada pela valorização cambial de 1,6%.
O crescimento interanual de 7,0% em doze meses, contrastando com os 7,8% de junho, ressaltou a tendência de desaceleração iniciada em março.
Empresas e Famílias
Os setores empresarial e das famílias também experimentaram transformações em suas operações de crédito, é o que mostra os dados no mês de julho, o crédito destinado às empresas atingiu um montante de R$5,2 trilhões, indicando uma redução de 0,8% em relação ao mês anterior.
Esse declínio foi influenciado notavelmente por uma queda de 2,0% na dívida externa, mas o crédito concedido às famílias apresentou um aumento de 0,4% em relação ao mês anterior e um crescimento de 11,3% em doze meses, sendo que esse crescimento pode ser atribuído, em parte, ao aumento dos empréstimos dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Operações no SFN
A análise das operações de crédito dentro do SFN demonstrou uma tendência de diminuição mensal de 0,2% no saldo total, totalizando R$5,4 trilhões.
Essa tendência foi fortemente influenciada por uma queda de 1,1% nas operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas, enquanto as operações voltadas para pessoas físicas apresentaram um aumento de 0,4%.
Contudo, um olhar para o crescimento anual indicou um aumento de 8,2% nas operações de crédito, continuando uma tendência de desaceleração que tem sido observada desde meados de 2022.
Recursos Livres
A segmentação das operações de crédito com recursos livres revelou um saldo de R$3,2 trilhões, registrando uma redução de 0,8% no mês e um crescimento de 5,5% em doze meses.
O crédito livre direcionado às empresas totalizou R$1,3 trilhão em julho, experimentando declínios de 2,3% no mês e 0,6% em relação ao mesmo período de 2022.
Diversas categorias de crédito empresarial, incluindo desconto de duplicatas, faturas de cartão de crédito e capital de giro, apresentaram quedas.
Dados do Banco Central na íntegra aqui.
CRÉDITOS Por: Edivaldo de Carvalho — Jornalista e Repórter da Digital Press Brasil — MTB: 0040977/ Rio de Janeiro. Fonte: Banco do Brasil (BC). Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil. | Edifício-Sede do Banco Central em Brasília |
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