30/04/24 - 14:22 | Atualizado em 30/04/24 - 14:22
O desemprego sobe para 7,9% no primeiro trimestre de 2024 no Brasil, conforme dados do IBGE. O aumento, de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, contrasta com a estabilidade dos empregos formais, mantendo-se em cerca de 38 milhões. Economistas destacam sinais de robustez no mercado de trabalho, apesar do cenário sazonal, impulsionado por uma economia aquecida e salários em alta.
A taxa de desemprego no Brasil, no primeiro trimestre de 2024, atingiu 7,9%, marcando um aumento em relação aos 7,4% registrados nos três meses anteriores. Embora esse índice tenha subido, é importante ressaltar que representa o menor patamar para o período de janeiro a março desde 2014, quando estava em 7,2%. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), surpreendendo levemente as expectativas do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 8,1%.
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No decorrer do primeiro trimestre de 2024, o número de desempregados aumentou para 8,6 milhões, representando um acréscimo de 6,7% em relação aos três meses anteriores. Este movimento ascendente é tradicionalmente observado no início de cada ano, resultado da retomada da busca por emprego após o período de festas e do término das vagas temporárias. Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, “esse aumento da taxa de desemprego pode ser associado a esses fatores sazonais”.
Desemprego sobe: população ocupada cai 0,8% no 1º trimestre
Segundo Beringuy, o movimento sazonal no mercado de trabalho no primeiro trimestre implica perdas na ocupação.
A população ocupada no primeiro trimestre de 2024 totalizou 100,2 milhões de pessoas, uma redução de 0,8% em comparação com o trimestre anterior. Como destacou Beringuy, “esse panorama caracteriza um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre de cada ano, com perdas na ocupação em relação ao trimestre anterior”.
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Os dados divulgados pelo IBGE fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que engloba tanto atividades formais quanto informais do mercado de trabalho. Apesar da redução na população ocupada em geral, o número de trabalhadores com carteira assinada se manteve estável em cerca de 38 milhões no primeiro trimestre.
Estabilidade do emprego formal no setor privado indica ganhos
Especialistas destacam sinais de robustez no mercado de trabalho, relacionados ao aquecimento econômico e altos salários.
A estabilidade do emprego com carteira assinada no setor privado em um trimestre de redução da ocupação é vista como um sinal positivo, indicando uma manutenção dos ganhos na formalização da população ocupada. Esse cenário contribuiu para o desempenho do rendimento do trabalho, que registrou um aumento para R$ 3.123 na média dos ocupados, representando uma alta de 1,5% no trimestre e de 4% em relação ao ano anterior.
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Na análise de especialistas, os dados da Pnad ainda evidenciam sinais de robustez no mercado de trabalho, apesar do aumento sazonal do desemprego.
“O crescimento mais forte da atividade econômica nesse começo do ano está bastante relacionado com o mercado de trabalho aquecido e os salários em alta, o que tem se refletido numa expansão da economia puxada principalmente pelo lado da demanda no primeiro trimestre”, afirmou Rafael Perez, economista da Suno Research.
Assim, segundo Rafael Perez, o crescimento econômico robusto no início do ano está diretamente ligado a dois fatores-chave: o mercado de trabalho aquecido e os salários em alta. Com mais empregos e salários mais altos, as pessoas têm maior poder de compra, impulsionando a demanda por produtos e serviços. Segundo ele, esse cenário estimula a atividade econômica, contribuindo significativamente para a expansão da economia, especialmente no primeiro trimestre
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