23/02/24 - 09:30 | Atualizado em 01/03/24 - 11:15
A Economia Russa desafia as expectativas ao resistir às sanções impostas pelo Ocidente após a invasão à Ucrânia. Previsões indicam um crescimento de 2,6% para este ano, impulsionado pelos ganhos nas exportações de petróleo e gás.
A economia russa tem sido alvo de análises críticas e previsões sombrias desde a invasão à Ucrânia há dois anos. Contudo, contrariando expectativas, não sucumbiu aos impactos das severas sanções impostas pela União Europeia, Estados Unidos e outros países ocidentais.
Analisando o panorama atual, percebe-se um consenso entre economistas quanto à resiliência da economia russa. Embora permaneçam questionamentos sobre a sustentabilidade dos atuais indicadores econômicos sólidos, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução do desemprego, poucos duvidam da capacidade de sobrevivência do país.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou recentemente suas projeções, prevendo um crescimento de 2,6% no PIB russo para este ano, além de uma taxa de crescimento superior a 3% em 2023. Este otimismo é impulsionado, em parte, pelo aumento das receitas provenientes do petróleo e pela estabilidade dos mercados.
Economia russa resiste apesar de gastos com defesa e sanções
A economia russa mostra resistência em meio a gastos excessivos com defesa e sanções ocidentais.
Entretanto, persistem preocupações quanto aos gastos excessivos com defesa, que absorverão 40% do orçamento público em 2024. Especialistas alertam para os riscos de uma economia superaquecida e dependente do setor bélico. A escassez de mão de obra qualificada e a inflação em alta também são desafios a serem enfrentados.
Elina Ribakova, economista do Peterson Institute for International Economics, identifica três razões para a resistência econômica russa. Em primeiro lugar, destaca a preparação do sistema financeiro para enfrentar as sanções, já em vigor desde a anexação da Crimeia em 2014. Em segundo lugar, ressalta os ganhos obtidos com exportações de petróleo e gás, apesar das restrições impostas pelo Ocidente. Por fim, aponta a ineficácia dos controles de exportação em conter o acesso da Rússia a bens essenciais.
Por outro lado, Benjamin Hilgenstock, da Escola de Economia de Kiev, enfatiza o impacto negativo das sanções na economia russa, citando a redução das receitas de exportação e o aumento das taxas de juros como consequências diretas das medidas restritivas.
Economia russa: Rússia dribla sanções e mostra resiliência econômica
A economia russa tem demonstrado uma surpreendente resiliência, contornando sanções através de estratégias como o uso de uma ‘frota sombra’ de navios.
A habilidade da Rússia em contornar as sanções tem sido crucial para sua resiliência econômica. Estratégias como o uso de uma “frota sombra” de navios têm permitido a venda de petróleo em mercados internacionais sem restrições, mesmo diante de limitações impostas pelo Ocidente. A aplicação de sanções a navios e entidades envolvidas nessas transações tem sido uma tentativa de conter esse contorno das medidas restritivas.
O foco excessivo nos gastos militares levanta preocupações sobre o futuro da economia russa. Especialistas advertem que investimentos em bens de consumo temporários em detrimento de uma base industrial sólida podem comprometer a recuperação econômica pós-conflito.
Diante desse cenário, permanece a incerteza quanto à durabilidade do atual desempenho econômico da Rússia. Apesar das previsões pessimistas, a base de recursos do país e sua posição estratégica nos mercados globais têm sido fatores determinantes em sua capacidade de resistência às sanções.
Para Ribakova, o futuro da Ucrânia está intrinsecamente ligado ao desempenho econômico da Rússia. A necessidade de uma ação mais enérgica por parte dos países ocidentais para conter a agressão russa é evidente, especialmente no que diz respeito às políticas energéticas e comerciais.
A economia russa continua a desafiar expectativas, demonstrando uma resiliência surpreendente em meio às adversidades impostas pela guerra na Ucrânia e as sanções ocidentais.
Créditos: Por: Edivaldo de Carvalho — Jornalista, Repórter e Diretor de Jornalismo da Digital Press Brasil — MTB: 0040977/ Rio de Janeiro. | Foto: Reprodução/Kremlin/Telegram.
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