17/01/24 - 18:35 | Atualizado em 17/01/24 - 18:35
Javier Milei Adverte Líderes durante sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos. Em um discurso incisivo, o presidente argentino destacou os perigos do coletivismo, alertando que a adoção desse modelo inexoravelmente leva à pobreza.
No cenário internacional do Fórum Econômico Mundial em Davos, o presidente argentino, Javier Milei, proferiu um discurso incisivo, destacando preocupações e advertências sobre os riscos associados ao abandono do modelo de liberdade em favor de experimentos coletivistas. Sua mensagem ressoou entre os líderes políticos e empresariais mais influentes do mundo, onde Milei enfatizou a importância do capitalismo e lançou críticas contundentes aos modelos coletivistas.
Milei iniciou sua intervenção com uma defesa enfática do modelo capitalista, proclamando que “o Estado não é a solução, é o problema em si”. Em um tom incisivo, alertou os presentes a não se deixarem intimidar por uma suposta “casta” ou pelos que, segundo ele, vivem do Estado como “parasitas”. A mensagem clara foi a de que o abandono do modelo de liberdade em favor de experimentos coletivistas representaria uma ameaça significativa.
Ferramenta Capaz
O presidente argentino expressou sua preocupação com a atual inclinação do Ocidente em direção ao socialismo, argumentando que isso inexoravelmente conduz à pobreza. Utilizando dados históricos, Milei ilustrou a ascensão econômica da Argentina ao adotar o modelo de liberdade, contrastando-a com a decadência observada ao abraçar o coletivismo. Destacou que o capitalismo de livre iniciativa é, em sua visão, a única ferramenta capaz de erradicar fome, pobreza e miséria no planeta.
“O Ocidente está em perigo porque aqueles que deveriam defender os valores do Ocidente, se veem cooptados por uma visão de mundo que inexoravelmente leva ao socialismo e, consequentemente, à pobreza”, disse Milei.
O presidente argentino também disse que “quando adotamos o modelo de liberdade, por volta de 1860, em 35 anos nos tornamos uma potência mundial, enquanto quando abraçamos o coletivismo vimos como nossos cidadãos começaram a ser sistematicamente empobrecidos até caírem para o 140º lugar no mundo“.
Críticas à Justiça Social
A intervenção de Milei não se limitou à defesa do capitalismo; ele também abordou temas como justiça social e a natureza coercitiva da arrecadação de impostos. Classificou a justiça social como uma ideia injusta e violenta devido à coerção associada à arrecadação compulsória de impostos. O presidente argentino desafiou os presentes, questionando se alguém pagaria impostos voluntariamente, destacando assim a natureza coerciva do financiamento estatal.
O discurso não apenas criticou a justiça social, mas também enfatizou a importância do libertarianismo, citando o respeito irrestrito ao projeto de vida dos outros e a defesa dos direitos fundamentais à vida, liberdade e propriedade. Milei delineou sua visão de um sistema baseado no princípio da não agressão e na garantia desses direitos fundamentais.
Estabelecimento Político
O presidente argentino também abordou questões sociais, como o feminismo e os “neomarxistas”. Criticou o que descreveu como a mudança na agenda do socialismo, destacando conflitos considerados “ridículos e antinaturais” entre homens e mulheres, além de questões relacionadas ao aborto e ao conflito homem versus natureza. Milei acusou os “neomarxistas” de cooptarem o senso comum do Ocidente, influenciando a mídia, a cultura, as universidades e as organizações internacionais.
“Os neomarxistas conseguiram cooptar o senso comum do Ocidente, conseguiram isso por meio da apropriação da mídia, da cultura, das universidades e, sim, também das organizações internacionais”, disse Milei.
Além das críticas aos modelos coletivistas, Milei lançou desafios diretos a setores específicos do establishment político e econômico. Dirigindo-se especialmente aos “neoclássicos”, pediu que “saíssem da caixa” de seus modelos que, segundo ele, ameaçam o crescimento econômico. Essa abordagem desafiadora visou destacar as falhas percebidas nos paradigmas neoclássicos e a necessidade de uma abordagem mais flexível.
Aliança Incondicional
Em um gesto significativo, o presidente argentino assegurou uma aliança incondicional da Argentina a esses esforços. Detalhou sua recente reunião com o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, destacando discussões sobre o aprofundamento dos laços comerciais, o apoio ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a promoção dos investimentos britânicos na Argentina.
“Foi uma reunião excelente, muito cordial e conversamos sobre o aprofundamento dos laços comerciais, o apoio que eles vão nos dar no FMI e como promover os investimentos britânicos na Argentina”, disse Milei.
Concluindo seu discurso, Milei fez um apelo direto aos empresários presentes e àqueles que o acompanhavam globalmente. Instigou-os a não se deixarem intimidar pela casta política ou pelos parasitas que, segundo ele, vivem do Estado. Reforçou a ideia de que o Estado não é a solução, mas o problema em si, apresentando os empresários como os verdadeiros protagonistas na manutenção da liberdade e do capitalismo.
Javier Milei Adverte Líderes
Ao longo de seu discurso, Milei não apenas destacou os perigos percebidos do socialismo, mas também ofereceu uma reflexão sobre o estado atual do mundo. Ressaltou que vivemos em um período de prosperidade sem precedentes na história, atribuindo isso ao capitalismo de livre iniciativa. O presidente argentino encerrou sua apresentação chamando à ação coletiva para combater ideias que, segundo ele, promovem mais Estado, mais regulação, mais socialismo e, consequentemente, mais pobreza.
“Se você olhar para um gráfico da evolução do crescimento econômico, verá um gráfico em forma de taco de hóquei, uma função exponencial, que permaneceu constante por 90% do tempo e dispara exponencialmente a partir do século 19”, afirmou o presidente argentino.
O discurso de Javier Milei em Davos foi marcado por uma abordagem direta e contundente, alinhada às suas convicções libertárias. Ao abordar temas que vão desde a defesa do capitalismo até críticas específicas aos modelos coletivistas, o presidente argentino deixou claro seu posicionamento e a urgência percebida na manutenção da liberdade e prosperidade. Sua mensagem ressoa como um alerta para os desafios que ele identifica, proporcionando uma visão ampla e completa dos acontecimentos globais.
CRÉDITOS
Por: Edivaldo de Carvalho — Jornalista, Repórter e Diretor de Jornalismo da Digital Press Brasil — MTB: 0040977/ Rio de Janeiro. Foto destaque: Reprodução/Youtube/@wef. | Discurso especial de Javier Milei, Presidente da Argentina | Davos 2024 | Fórum Econômico Mundial. Fonte: World Economic Forum. |
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