08/01/24 - 09:14 | Atualizado em 08/01/24 - 09:14
O Pouso Lunar após 52 Anos ganha destaque com o lançamento do módulo Peregrine pela Astrobotic, marcando o retorno dos Estados Unidos à exploração lunar. Impulsionado pelo foguete Vulcan da United Launch Alliance, este evento representa uma nova era espacial.
Um marco significativo na exploração espacial foi atingido, nesta segunda-feira (8), com o lançamento do primeiro módulo de pouso lunar dos Estados Unidos em mais de 50 anos. Este evento, protagonizado pelo foguete Vulcan da United Launch Alliance, marca o início de uma nova era, impulsionando empresas privadas em uma corrida espacial para atender às demandas da NASA e outros clientes. O módulo de pouso Peregrine da Astrobotic Technology, baseada em Pittsburgh, foi o escolhido para liderar essa empreitada.
O Vulcan, uma versão modernizada do Atlas V, cruzou os céus da Flórida antes do amanhecer, delineando a rota para a Lua. O módulo Peregrine está programado para uma tentativa de pouso histórica em 23 de fevereiro, marcando a Astrobotic como a primeira empresa privada a conquistar esse feito, competindo com uma empresa de Houston pelo mesmo objetivo.
Pouso após 52 Anos
O lançamento do módulo Peregrine é um retorno significativo dos Estados Unidos à exploração lunar, algo não testemunhado desde dezembro de 1972, quando a missão Apollo 17 pousou na Lua. Sob o programa Artemis, nomeado em homenagem à irmã gêmea da Apollo na mitologia grega, a NASA busca levar astronautas novamente à superfície lunar nos próximos anos, iniciando possivelmente com um voo lunar com quatro astronautas ainda este ano.
Além do aspecto histórico, o lançamento desta segunda-feira também destacou o foguete Vulcan, uma peça crucial no avanço da capacidade de lançamento espacial, com 61 metros de altura. Esta evolução representa um marco na tecnologia de foguetes, substituindo o Atlas V e o Delta IV da United Launch Alliance.
We have liftoff! The first American commercial robotic launch to the Moon will deliver science instruments to study its surface, a critical part of preparing for future #Artemis missions. https://t.co/KoOZjXvqjD pic.twitter.com/Vo2Dnn6TwA
— NASA (@NASA) January 8, 2024
A competição para conquistar a Lua está mais acirrada do que nunca, com diversos países e empresas privadas entrando na corrida. A China se tornou membro em 2013, seguida pela Índia em 2023. No último ano, tanto a Rússia quanto uma empresa privada japonesa também exploraram a Lua. A inclusão de empresas privadas, como a SpaceX, destaca a diversidade de participantes neste novo capítulo da exploração lunar.
Contratos Milionários
Para tornar essa jornada possível, a NASA investiu milhões em contratos com empresas como a Astrobotic e a concorrente de Houston. O contrato da Astrobotic para o módulo Peregrine atingiu a marca de US$ 108 milhões, destacando o valor atribuído a essas parcerias para expandir a presença privada na Lua.
O objetivo da NASA ao financiar esses landers privados é permitir a exploração prévia do local antes da chegada de astronautas, enquanto também possibilita a entrega de experimentos tecnológicos e científicos da NASA, bem como serviços para outros clientes. Este modelo de parceria público-privada representa uma mudança na abordagem da NASA, aproveitando a inovação e agilidade do setor privado.
Logística Lunar
Além do papel essencial no pouso lunar, a Astrobotic está construindo um nicho como líder em logística lunar. O módulo Peregrine transporta uma variedade de carga, desde materiais exóticos, como um chip de rocha do Monte Everest, até objetos pessoais, como miniaturas de carros do México. No entanto, a empresa enfrentou objeções éticas da Nação Navajo devido à inclusão de restos humanos na carga, levantando questões sobre a relação entre exploração espacial e respeito cultural.
Estas objeções, apresentadas em dezembro, vieram tarde demais para alterar o lançamento desta segunda-feira, mas a Astrobotic se comprometeu a encontrar soluções para futuras missões. Este dilema destaca a necessidade de considerar aspectos éticos ao explorar fronteiras desconhecidas.
Exploração Lunar
Além do lançamento do módulo Peregrine, a NASA está dando continuidade à exploração lunar ao enviar cinco cargas úteis a bordo. Este lançamento inaugural sob a iniciativa CLPS (Commercial Lunar Payload Services) da agência ocorreu a partir de Cabo Canaveral, Flórida, utilizando o foguete Vulcan da United Launch Alliance.
Essas cargas úteis têm uma variedade de objetivos, desde a busca por moléculas de água na Lua até a avaliação da exosfera lunar. O módulo Peregrine está programado para pousar em 23 de fevereiro, mirando Sinus Viscositatis, uma região lunar que pode conter evidências de água. Este lançamento é parte de uma estratégia mais ampla da NASA para obter novos insights sobre o ambiente lunar e expandir a economia lunar, contribuindo para futuras missões tripuladas sob o programa Artemis.
Cinco Cargas Úteis
As cinco cargas úteis a bordo do módulo Peregrine abrangem uma ampla gama de objetivos científicos e tecnológicos. O Linear Energy Transfer Spectrometer (LETS) monitorará a radiação lunar, derivado de hardware voado em missões anteriores. O Near-Infrared Volatile Spectrometer System (NIRVSS) estudará a composição da superfície lunar. O Neutron Spectrometer System (NSS) buscará detectar indiretamente a presença de água no solo lunar. O Peregrine Ion-Trap Mass Spectrometer (PITMS) investigará a composição da atmosfera lunar, enquanto o Laser Retroreflector Array (LRA) fornecerá uma referência óptica permanente na Lua.
Essas cargas úteis representam avanços significativos na compreensão científica da Lua, abordando desde a composição do solo até a presença de água. O programa CLPS da NASA demonstra a busca incessante por inovação e descoberta, aproveitando parcerias com empresas como a Astrobotic para avançar na exploração lunar.
Exploração Espacial
O lançamento do módulo Peregrine, juntamente com as cinco cargas úteis enviadas pela NASA, marca um novo capítulo emocionante na exploração espacial. O retorno dos Estados Unidos à Lua, impulsionado por parcerias público-privadas e uma abordagem inovadora, representa não apenas um avanço tecnológico, mas também um passo significativo em direção à compreensão mais profunda de nosso sistema solar.
À medida que a Astrobotic lidera a corrida lunar, enfrentando desafios éticos e inovando na logística lunar, e a NASA avança com seu programa CLPS, podemos antecipar descobertas e avanços científicos nos próximos anos. Este é um momento emocionante para a exploração espacial, prometendo expandir nossos horizontes e inspirar novas gerações a olhar para as estrelas com curiosidade e determinação.
CRÉDITOS
Por: Edivaldo de Carvalho — Jornalista, Repórter e Diretor de Jornalismo da Digital Press Brasil — MTB: 0040977/ Rio de Janeiro. Foto destaque: Reprodução/X/@NASA. | Vídeo: Reprodução/X/@NASA. Fonte: NASA. |
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