25/03/24 - 12:06 | Atualizado em 25/03/24 - 12:06
O preço histórico do cacau atingiu níveis sem precedentes, ultrapassando os US$ 9.000 por tonelada pela primeira vez na história. Este aumento é atribuído à escassez de oferta causada por colheitas prejudicadas e doenças nas plantações da África Ocidental, principal região produtora. A alta dos preços pode impactar diretamente os consumidores finais, aumentando os custos dos produtos derivados do cacau.
O mercado global de cacau enfrenta um período de significativa turbulência, marcado pela escalada dos preços do produto para níveis jamais vistos anteriormente. Atingindo mais de US$ 9.000 por tonelada, o valor do cacau ultrapassou o do metal cobre, reflexo de uma combinação de fatores que vão desde colheitas prejudicadas por condições climáticas adversas até doenças que afetam as plantações dos produtores da África Ocidental, principal região de cultivo do mundo.
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Segundo especialistas do setor, a escassez de oferta tornou-se uma realidade preocupante para os fabricantes de chocolate, que agora enfrentam desafios significativos na aquisição dos grãos necessários para a produção. “O mercado de cacau está passando por um período de extrema volatilidade devido a uma série de fatores, incluindo más condições climáticas e doenças nas plantações”, afirma o analista financeiro João Silva.
Preço histórico do cacau tem preocupado consumidores e fabricantes de chocolate
Diante da alta dos preços, fabricantes estão buscando soluções criativas, como a redução do tamanho das barras de chocolate.
Os contratos futuros do cacau dispararam cerca de 50% somente neste mês, dobrando seu valor ao longo do ano. Essa rápida ascensão dos preços prenuncia um impacto direto nos custos finais dos produtos derivados do cacau, como o chocolate. “Já estamos observando aumentos nos preços dos ovos de Páscoa devido aos custos elevados do ano anterior”, relata Maria Oliveira, gerente de uma loja de chocolates artesanais.
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A valorização do cacau tem sido notável, alcançando patamares nunca antes vistos. De acordo com a Dow Jones Newswires, os valores do cacau ultrapassaram recentemente uma marca histórica estabelecida há quase cinquenta anos. A ascensão vertiginosa no custo do grão teve início com condições climáticas adversas na África Ocidental, região responsável pela maior parte da produção mundial de cacau.
Ademais, Michele Buck, CEO da Hershey, expressou preocupação de que a elevação dos preços do cacau poderia restringir o crescimento dos lucros da companhia no decorrer deste ano. A situação é tão crítica que os futuros de cacau da ICE atingiram um novo máximo histórico de 5.653 dólares por tonelada. Esses aumentos nos preços do cacau têm repercussões significativas na indústria do chocolate e na economia global.
Diante desse panorama desafiador, alguns fabricantes estão adotando medidas para mitigar o impacto financeiro sobre os consumidores. “Estamos considerando reduzir o tamanho das barras de chocolate ou promover variedades alternativas com outros ingredientes para compensar os aumentos de custo”, revela Carlos Santos, diretor de produção de uma grande empresa de chocolates.
Retirada dos especuladores do mercado ressalta a importância dos compradores
Autoridades estão adotando medidas para garantir uma colheita sustentável e de alta qualidade, visando enfrentar os desafios decorrentes da escassez.
Apesar do aumento dos preços, observa-se uma retirada significativa de especuladores do mercado, o que sugere um papel mais proeminente dos compradores físicos na alta dos preços. “Os gestores de fundos reduziram suas apostas otimistas para o menor nível em um ano na última semana”, destaca Pedro Almeida, analista de mercado. No entanto, há preocupações crescentes de que a situação de oferta possa piorar ainda mais.
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As novas regulamentações da União Europeia, que visam evitar a venda de produtos originados de áreas desmatadas, podem complicar ainda mais o processo de aquisição de matéria-prima para os fabricantes de chocolate. “Essas medidas podem representar um desafio adicional para a indústria, que já enfrenta dificuldades significativas devido à escassez de oferta”, alerta Ana Costa, representante de uma associação de produtores de chocolate.
O foco agora se volta para a próxima safra intermediária na África Ocidental, a menor das duas colheitas anuais. Autoridades reguladoras do setor na Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, antecipam uma diminuição nesta temporada. “Estamos monitorando de perto a situação e implementando medidas para garantir uma colheita sustentável e de alta qualidade”, afirma José Mendes, representante de um órgão regulador do setor.
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