21/11/23 - 10:34 | Atualizado em 21/11/23 - 10:34
Racha no PP, liderado por Lira, ameaça estabilidade do governo de Lula, apesar das recentes nomeações para cargos de destaque. A insatisfação da bancada se manifesta na demora na liberação de emendas e na escolha de pastas consideradas pouco influentes, como o Ministério do Esporte, gerando tensões entre o partido e o Palácio do Planalto.
A bancada do Partido Progressista (PP) na Câmara dos Deputados sinaliza insatisfação e potenciais obstáculos para os projetos do presidente Lula, mesmo após obter cargos de alto escalão.
Em setembro, Lula nomeou o deputado André Fufuca (PP-MA) para liderar o Ministério do Esporte, seguido, neste mês, pela substituição na presidência da Caixa Econômica Federal para atender às expectativas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Apesar das mudanças, a bancada do PP expressa descontentamento, indicando que a nomeação de Fufuca não surtiu o efeito desejado de melhorar as relações com o Palácio do Planalto.
Os integrantes do partido reiteram sua independência e argumentam que a escolha da pasta do Esporte não foi alinhada com as preferências da bancada, que buscava um ministério mais impactante, como Saúde ou Integração Nacional.
Alegam que o Ministério do Esporte possui pouca projeção e orçamento reduzido, o que, na perspectiva dos parlamentares, não resultará em benefícios políticos significativos para as eleições municipais de 2024. Além disso, minimizam a troca na presidência da Caixa, considerando-a um gesto isolado para Lira, não para a sigla como um todo.
Racha no PP
Após a reformulação ministerial, a expectativa no Planalto era de que a mudança na Caixa gerasse efeitos positivos para o governo, envolvendo a distribuição de vice-presidências a partidos aliados.
Com o recesso parlamentar se aproximando, o governo busca aprovar medidas econômicas cruciais, como a Reforma Tributária, recentemente aprovada pelo Senado, e a proposta de subvenção do ICMS. No entanto, não há um calendário definido para a tramitação dessas propostas no Congresso.
A subvenção do ICMS é considerada prioritária para o Ministério da Fazenda, podendo gerar R$ 35 bilhões em receitas. A bancada do PP, com seus 51 deputados, tem desempenhado um papel crucial nas votações do governo, apoiando matérias consideradas prioritárias.
Insatisfação
A insatisfação, segundo parlamentares, transcende o âmbito do PP, refletindo-se na demora na liberação de emendas e nas mudanças em projetos acordados.
Na semana passada, a bancada deliberou pela derrubada de todos os vetos presidenciais, interpretada como um recado ao governo pela demora na liberação de valores de emendas previamente acordadas.
Embora a pauta econômica do governo seja do interesse de parlamentares, a insatisfação persiste, e a bancada do PP afirma que suas decisões serão tomadas caso a caso, sem comprometer-se como base de apoio irrestrito ao governo.
No Limite
Parlamentares destacam que o governo, ao não cumprir uma série de promessas, gera desgaste na relação com a bancada do PP, que, segundo relatos, está ‘no limite’. A demora na liberação de emendas e as modificações em projetos acordados têm contribuído para essa tensão
Apesar da liderança do partido afirmar que os problemas na Câmara estão relacionados ao ritmo das votações, parlamentares argumentam que a demora na decisão de levar um texto à votação contribui para a insatisfação.
Cabe a Lira definir a pauta de votações, e ele assegura que todas as decisões são discutidas e acordadas em reuniões com os líderes partidários.
Na semana passada, em reunião da bancada do PP, deputados deliberaram por derrubar todos os vetos presidenciais previstos em sessão do Congresso. Esse gesto é interpretado como um recado ao governo pela demora na liberação de valores de emendas previamente acordadas.
Cúpula do Partido
Integrantes da cúpula do partido afirmam que o PP jamais será base de apoio irrestrito a Lula, como foi em outras gestões petistas, e que a decisão sobre votações será tomada caso a caso.
Considerando o respaldo do mercado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o interesse da bancada nas propostas econômicas do governo, a tendência é que essas propostas sejam aprovadas pelo partido, mesmo diante da insatisfação.
A relação entre o governo e a bancada do PP na Câmara enfrenta desafios significativos, com parlamentares expressando descontentamento devido à demora na liberação de emendas, mudanças em projetos acordados e escolhas ministeriais consideradas desfavoráveis.
A insatisfação, conforme relatada, estende-se além do PP e impacta o ritmo das votações e as decisões sobre a pauta no Congresso.
CRÉDITOS
Por: Edivaldo de Carvalho — Jornalista e Repórter da Digital Press Brasil — MTB: 0040977/ Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil (CC BY 4.0). |
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