29/02/24 - 07:08 | Atualizado em 01/03/24 - 11:38
Incêndios florestais na Amazônia atingem níveis recordes em fevereiro, especialmente em Roraima, com mais de 2.900 focos identificados. A fumaça resultante encobre estradas e áreas protegidas, destacando a urgência de medidas eficazes para conter a devastação.
BOA VISTA, RR – A Amazônia, vasto bioma tropical que abrange diversos estados brasileiros, incluindo Roraima, enfrenta uma situação crítica em decorrência do aumento dos incêndios florestais. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Ministério da Ciência e Tecnologia, o mês de fevereiro registrou um recorde alarmante de queimadas, com 2.924 focos identificados até o último dia 26, estabelecendo o maior número desde que os registros históricos começaram, em 1999.
Em Roraima, estado que se destaca com a maior concentração de focos de incêndio, as chamas consomem áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, enquanto a fumaça se espalha, encobrindo estradas e alcançando partes da capital, Boa Vista. Nilton Barth, chefe do Núcleo de Gestão do ICMBio em Roraima, expressa preocupação com a extensão dos danos, destacando que a Floresta Nacional e a Terra Indígena Yanomami já contabilizam mais de 24 mil hectares devastados desde o início de fevereiro.
Incêndios florestais na Amazônia e a luta contra as chamas em meio à seca
A gestão anterior, o El Niño e a permissividade em relação às queimadas são apontados como causas do cenário calamitoso.
As causas desse cenário calamitoso são multifacetadas. A gestão anterior reconheceu a insuficiência na estrutura de combate aos incêndios, apesar dos esforços para aumentar o número de brigadistas. O fenômeno climático El Niño agrava a estiagem, exacerbando a propagação das chamas. Fábio Wankler, professor de Geologia da UFRR, identifica a seca, o aumento das temperaturas e a permissividade em relação às queimadas como os principais fatores desencadeadores.
Enquanto isso na RR-206 (Bonfim) o fogo segue destruindo tudo, Parece cena de filme de terror! #roraima pic.twitter.com/xTYQ3yoBxC
— Boa vista | Roraima (@vistaboavistarr) February 27, 2024
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Diante dessa crise, o governo federal prometeu proteger o bioma amazônico como prioridade, mobilizando 251 combatentes na região, apoiados por quatro aeronaves. O Estado de Roraima, por sua vez, reforçou suas medidas, suspendendo as autorizações para queima controlada e mobilizando recursos para conter os incêndios. O remanejamento de efetivos dos Corpos de Bombeiros e da Polícia Militar demonstra um esforço conjunto para mitigar os impactos devastadores.
Emergência na Amazônia mostra ações coordenadas para combater incêndios
A resposta à crise inclui medidas de combate aos incêndios e ações para minimizar os efeitos colaterais.
A resposta à emergência inclui não apenas medidas de combate direto aos incêndios, mas também ações para minimizar os efeitos colaterais. O governador Antonio Denarium anunciou a perfuração de poços para fornecimento de água tratada, além da distribuição de cestas básicas e do pedido de apoio ao governo federal. A comitiva ministerial programada para visitar a região indica uma mobilização em nível nacional para coordenar esforços e implementar soluções eficazes.
É importante ressaltar que a preservação da Amazônia não é apenas uma questão ambiental, mas também uma medida crucial na luta contra as mudanças climáticas globais. O desmatamento descontrolado é apontado como a principal fonte de gases de efeito estufa do Brasil, tornando imperativa uma abordagem ampla e coordenada para conter essa crise.
A situação atual demanda ação urgente e coordenada em todos os níveis de governo e da sociedade. A proteção da Amazônia não é apenas uma responsabilidade do Brasil, mas uma questão de interesse global, que exige cooperação e comprometimento de todos os envolvidos.
Créditos: Por: Edivaldo de Carvalho — Jornalista, Repórter e Diretor de Jornalismo da Digital Press Brasil — MTB: 0040977/ Rio de Janeiro. | Foto: Reprodução/Brigadistas indígenas – 23/2/2024. Legenda: Em Roraima, o estado com a maior concentração de focos de incêndio, as chamas se propagam por áreas protegidas, incluindo unidades de conservação e terras indígenas. | Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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