25/04/24 - 11:25 | Atualizado em 25/04/24 - 11:25
Declaração de Biden sobre o possível envolvimento de seu tio em um episódio de canibalismo na Papua-Nova Guiné desencadeou uma polêmica internacional. O primeiro-ministro papuásio rejeitou veementemente a insinuação, destacando a falta de vínculo do país com tais práticas. Especialistas contextualizaram o canibalismo como uma prática ritualística, não associada à hostilidade indiscriminada.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante um evento na semana passada, contou uma história intrigante que, por sua vez, incitou reações e suscitou polêmicas tanto na esfera doméstica quanto no cenário internacional. O mandatário americano, ao referir-se aos feitos dos membros de sua família no contexto da Segunda Guerra Mundial, mencionou, em particular, seu tio, Ambrose Finnegan, carinhosamente conhecido como “Tio Bosie”.
Biden sugeriu que este ente familiar teria sido vitimado por circunstâncias adversas em solo papuásio, mais especificamente na ilha da Nova Guiné, região que, à época, reportava-se à presença de comunidades com práticas ritualísticas, incluindo o canibalismo.
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O presidente Biden, ao abordar a participação de seus familiares no conflito bélico, compartilhou uma versão dos acontecimentos que cercaram a tragédia do referido tio. Segundo sua narrativa, Ambrose Finnegan, alçando voos em aeronaves monomotoras para missões de reconhecimento sobre a Nova Guiné, teria, desafortunadamente, sido alvo de adversidade ao ser derrubado em uma localidade onde, conforme suas palavras, “havia muitos canibais”.
Insinuações de canibalismo na Papua-Nova Guiné por Biden geram controvérsia
Primeiro-ministro papuásio repudia veementemente sugestões de Biden, enfatizando integridade nacional e necessidade de respeito mútuo.
Tal narrativa, embora não corroborada por registros militares, causou rebuliço ao sugerir a possibilidade de canibalismo em meio aos eventos que culminaram na perda do mencionado parente do presidente americano, Joe Biden.
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A reação não tardou a se manifestar, com o primeiro-ministro da Papua-Nova Guiné, James Marape, expressando sua consternação diante dos comentários proferidos pelo líder americano. Marape repudiou veementemente a sugestão de que os habitantes de seu país teriam participado de práticas canibais ou de que o mesmo tenha sido um destino plausível para os desafortunados que se encontravam em dificuldades durante o conflito mundial.
O líder papuásio, ao refutar as declarações de Biden, reiterou a integridade e a dignidade de sua nação, ressaltando a falta de vínculo do povo local com os eventos da Segunda Guerra e enfatizando a necessidade de respeito mútuo entre as nações.
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É válido observar que a controvérsia gerada pelos comentários presidenciais ressoou não apenas localmente, mas também encontrou eco em esferas acadêmicas e jornalísticas. Michael Kabuni, professor de ciência política da Universidade de Papua-Nova Guiné, em entrevista ao jornal britânico “The Guardian“, contextualizou a questão do canibalismo na região, reconhecendo sua existência em contextos rituais e afirmando que a prática não se estendia indiscriminadamente a estranhos, como insinuado pelo presidente Biden.
Marape apela aos EUA para investigar e resgatar restos mortais de militares
Destacando os vestígios da Segunda Guerra, o primeiro-ministro ressalta a importância de líderes abordarem sensivelmente eventos históricos.
Diante do mal-estar gerado pelas declarações, Marape não se furtou em lançar um apelo aos Estados Unidos, instando o país a investigar e resgatar os restos mortais dos militares norte-americanos que pereceram durante os confrontos na Papua-Nova Guiné.
O primeiro-ministro destacou a presença ainda palpável dos vestígios da Segunda Guerra no território papuásio, incluindo destroços de aeronaves, fragmentos de embarcações e artefatos bélicos, cuja persistência constitui não apenas uma lembrança dolorosa do conflito, mas também representa um risco contínuo para a população local.
Nesse ínterim, é incontestável a necessidade de uma abordagem sensível e respeitosa por parte dos líderes mundiais ao evocarem eventos históricos, especialmente aqueles que tangenciam questões sensíveis e culturais de outras nações.
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