21/04/24 - 22:15 | Atualizado em 21/04/24 - 22:15
O Rio de Janeiro testemunhou, neste domingo (21), uma significativa manifestação convocada por Bolsonaro. O evento, que teve início às 10 horas, congregou uma considerável multidão na orla de Copacabana. Transmitido nas redes sociais pelo pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, o ato ganhou destaque ao longo do dia.
O ex-presidente Bolsonaro, durante seu discurso, prestou homenagem a Elon Musk, proprietário da plataforma X (antigo Twitter), destacando a defesa da liberdade de expressão. Bolsonaro ressaltou a importância de personalidades como Musk, que, segundo ele, alertam para os rumos da democracia. Em suas palavras: “Acusam o homem mais rico do mundo, que nasceu na África do Sul e naturalizou-se norte-americano, dono de uma plataforma cujo objetivo é o de o mundo ser livre”. O líder político concluiu sua fala solicitando uma salva de palmas para Musk.
O contexto da manifestação se deu em meio ao confronto entre Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Musk acusou o ministro de censura, enquanto Bolsonaro reuniu aliados e políticos em mais um ato com a temática “Em Defesa da Democracia”.
– Deus, Pátria, Família e Liberdade 🇧🇷.
– Copacabana, Rio de Janeiro.
– (21/04/2024). pic.twitter.com/oKzZTjij2Y— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 21, 2024
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Em seu convite à manifestação, Bolsonaro expressou preocupação com a ameaça à liberdade de expressão, afirmando: “No momento em que o mundo todo toma conhecimento de o quanto está ameaçada a nossa liberdade de expressão e do quanto estamos perto de uma ditadura, é que eu faço um apelo a você”.
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Um dos temas que ganhou destaque durante o evento foi o tema da reportagem investigativa “Twitter Files Brasil”, que expôs uma suposta pressão exercida por Moraes sobre a plataforma para, segundo a reportagem, censurar pessoas e aliados de Bolsonaro durante as eleições. Esta não é a primeira vez que a população se mobiliza com a temática “Em Defesa da Democracia” neste ano. Desde janeiro, tem havido uma crescente mobilização em várias partes do país, refletindo o engajamento político da sociedade civil.
Michelle Bolsonaro defendeu uma ‘política feminina’ durante evento em Copacabana
Figuras públicas, incluindo governadores e deputados, estiveram presentes no evento, enquanto o pastor Silas Malafaia criticou o ministro Moraes.
A manifestação, que contou com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi marcada por um ambiente que emulou cultos religiosos em alguns momentos, com destaque para a oração do Pai Nosso conduzida por Michele. No entanto, tal aspecto foi alvo de críticas por parte de Henrique Vieira, deputado e pastor do PSOL, que condenou a manipulação da fé para sustentar interesses políticos.
Figuras públicas e políticos estiveram presentes no evento, incluindo os governadores Jorginho Mello e Cláudio Castro, além de deputados federais. O pastor Silas Malafaia, em seu discurso, não poupou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de autoritarismo e violação da Constituição. Malafaia também cobrou uma posição dos demais membros do Supremo Tribunal Federal diante das ações de Moraes.
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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro proferiu um discurso destacando a necessidade de uma “política feminina” em contraposição à abordagem “feminista”. Durante o discurso, Michelle ressaltou o papel colaborativo das mulheres na política, enfatizando sua contribuição para a construção de um país melhor ao lado de seus esposos. Segundo suas palavras, “Mulheres, sejam sábias e corajosas”.
Tensões políticas decorrentes das investigações do STF têm gerado impacto
Durante o evento, Silas Malafaia critica Moraes, ressaltando as repercussões significativas das ações do STF tanto no Brasil quanto no exterior.
O evento, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, contou com a presença de parlamentares, governadores e apoiadores, reunindo uma multidão no cruzamento da avenida Atlântica com a rua Bolívar. Esta é a segunda vez que o ex-presidente realiza esse tipo de manifestação, com o primeiro evento ocorrendo em 25 de fevereiro na Avenida Paulista, em São Paulo.
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No cenário político nacional, as tensões têm sido exacerbadas por questões relacionadas às investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), lideradas pelo ministro Alexandre de Moraes. Recentemente, as revelações sobre atos de censura supostamente praticados pelo STF geraram repercussões significativas, tanto no contexto nacional quanto internacional.
A divulgação, por deputados da comissão judiciária da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, de que o STF praticou atos de censura, reforçou as preocupações em relação ao respeito às liberdades individuais e à autonomia do Judiciário brasileiro. Segundo o relatório americano, o número de atos de censura chegou a 88, afetando cerca de 400 usuários nas redes sociais.
Durante a manifestação, o líder religioso Silas Malafaia proferiu críticas contundentes ao ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de “autoritarismo e violação da Constituição”. Em seu discurso, Malafaia afirmou que Moraes está “jogando o STF na lata do lixo da moralidade” e questionou sua legitimidade para determinar o que os brasileiros podem ou não expressar.
Malafaia critica Pacheco e insta-o a adotar postura mais firme
A manifestação revelou o engajamento da sociedade na proteção dos valores democráticos e civis, ressaltando a importância da participação cidadã.
Além disso, o pastor Malafaia direcionou críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a quem chamou de “frouxo, covarde e omisso”. Malafaia instou Pacheco a assumir uma postura mais enérgica diante das questões que envolvem a defesa das liberdades individuais e o respeito ao Estado de Direito.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Malafaia ressaltou que suas críticas são focadas no magistrado. Segundo ele, “Meu negócio não é o STF, meu negócio é Alexandre de Moraes”. E acrescentou: “Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse país”.
Bolsonaro encerrou o ato reiterando a necessidade de restabelecer a normalidade democrática e pedindo a libertação dos presos políticos. “O Brasil tem órfãos de pais vivos”, declarou o ex-presidente ao pedir anistia aos detidos. O evento transcorreu sem incidentes violentos, demonstrando a capacidade de mobilização da sociedade em defesa da liberdade e dos direitos civis.
Aliados de Lula minimizam impacto da manifestação convocada por Bolsonaro
Durante o evento, críticas acaloradas são direcionadas a Moraes e Pacheco, com Malafaia sugerindo a renúncia dos comandantes militares.
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizaram o impacto do recente ato liderado por Jair Bolsonaro na praia de Copacabana. Enquanto isso, tanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, quanto Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), optaram pelo silêncio em relação às manifestações.
Segundo informações, integrantes do governo de Lula destacaram a falta de preocupação com os discursos realizados durante o evento, considerando-o de médio porte e sem grandes novidades políticas. Um ministro, de forma reservada, classificou as falas como “bravatas”, enquanto outro membro do governo mencionou o evento como “AnistiaPalooza”, em alusão ao festival “LollaPalooza” e aos pedidos de anistia aos presos do 8 de janeiro.
A estratégia de minimizar o ato foi evidenciada também por Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), que, embora não tenha mencionado diretamente a manifestação, compartilhou uma foto da visita do Papa Francisco a Copacabana em 2013, ressaltando a expressiva presença de público na ocasião.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, saiu em defesa de Lula após as críticas proferidas por Bolsonaro durante o evento. Hoffmann confrontou as acusações contra Lula, enquanto também questionou a busca de apoio estrangeiro, mencionando Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), e alegando a necessidade de “defesa da democracia” diante desses ataques.
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