20/04/24 - 15:55 | Atualizado em 20/04/24 - 15:55
A desvalorização do real tem impactado diretamente o mercado de milho no Brasil. Os preços do produto têm apresentado uma tendência de alta, refletindo a volatilidade cambial. Além disso, as exportações enfrentam desafios, com uma significativa redução no volume exportado em comparação com o ano anterior. Essa conjuntura econômica gera preocupações entre os agentes do setor agrícola.
A recente desvalorização do real em relação ao dólar tem causado impactos significativos no mercado de milho brasileiro. Os preços do milho têm apresentado uma tendência de alta, refletindo diretamente essa volatilidade cambial. De acordo com análises da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), os preços médios registrados na região gaúcha atingiram a marca de R$ 52,71 por saco, enquanto em outras praças locais estabeleceram-se em torno de R$ 52,00 por saco. Essa elevação nos preços também foi observada em diversas regiões do país, com variações entre R$ 37,00 e R$ 55,00 por saco.
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No cenário da safrinha, a situação apresenta-se de forma heterogênea. Enquanto o estado do Mato Grosso avança satisfatoriamente na produção, o Paraná enfrenta desafios climáticos que podem afetar a colheita. Em contrapartida, em estados como Goiás e Minas Gerais, a expectativa é de progresso, com a possibilidade de áreas semeadas precocemente estarem prontas para a colheita já na segunda quinzena de maio. Tais estimativas apontam para uma produção total de milho no Brasil em torno de 126,1 milhões de toneladas, com um leve aumento em relação ao ano anterior, especialmente devido a melhorias na produção nas regiões Norte e Nordeste do país.
Exportações de milho enfrentam desafios com queda significativa de volume
A desvalorização do real impulsiona mudanças no mercado de milho, tornando-o mais volátil diante de turbulências econômicas globais.
Entretanto, as exportações de milho têm enfrentado desafios, com um volume exportado na primeira quinzena de abril significativamente abaixo do total exportado no mesmo período do ano anterior. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apenas 29.073 toneladas foram exportadas, o que corresponde a uma queda de 88,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa redução nas exportações reflete diretamente a conjuntura internacional e a competitividade do produto brasileiro no mercado global.
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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou suas projeções para o volume total de exportações deste ano, indicando uma estimativa máxima de cerca de 38 milhões de toneladas. Essa revisão aponta para um declínio significativo em relação ao volume exportado no ano anterior. Além disso, o preço médio da tonelada exportada registrou um aumento de 9,9% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 341,90 por tonelada em abril.
Por outro lado, a desvalorização do real em relação ao dólar tem sido um dos principais fatores impulsionadores dessas mudanças no mercado de milho. No mês de abril, o real se desvalorizou em 4,5%, tornando-se a moeda mais depreciada entre os países do G20. Essa desvalorização tem sido observada em um contexto global de turbulências econômicas, como recentes conflitos no Oriente Médio, que geraram instabilidade nos mercados financeiros.
Anúncio do governo brasileiro sobre o descumprimento das metas de superávit
A falta de compromisso fiscal gera apreensão entre investidores, levando a revisões nas projeções econômicas e na busca por estabilidade.
Analistas de mercado apontam que o anúncio do governo brasileiro de que não pretende cumprir as metas de superávit fiscal estabelecidas para os próximos anos tem contribuído para a volatilidade do mercado cambial. As metas de superávit fiscal têm impacto direto nos juros e na cotação da moeda nacional. Quando o governo não atinge essas metas, isso pode gerar incertezas quanto à saúde fiscal do país e afetar negativamente a confiança dos investidores.
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“O anúncio do governo brasileiro gerou muita apreensão entre os investidores”, afirma o economista Marcos Oliveira. “A falta de compromisso com o equilíbrio fiscal pode ter efeitos negativos sobre a economia como um todo”, completa.
A combinação de fatores externos e domésticos tem levado os agentes de mercado a revisarem suas projeções. De acordo com o boletim Focus do Banco Central brasileiro, a expectativa é de que a taxa Selic termine o ano em 9,13%, em média, enquanto a projeção da cotação do dólar para o final do ano foi ajustada para R$ 4,97.
Em meio a essas incertezas, os produtores e exportadores de milho estão atentos aos desdobramentos do mercado, buscando estratégias para mitigar os impactos das oscilações cambiais e das condições climáticas variáveis. A expectativa é de que a estabilidade econômica e política seja fundamental para garantir um ambiente propício para o desenvolvimento do setor agrícola brasileiro.
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