23/04/24 - 12:49 | Atualizado em 23/04/24 - 12:49
A greve geral da Polícia Civil do RN foi desencadeada devido ao impasse nas negociações salariais com o governo do estado. Os policiais reivindicam um reajuste de 10%, enquanto a proposta governamental oferece apenas 5,3%. Como resultado, todas as delegacias, incluindo as de plantão, estão fechadas, impactando os serviços prestados à população em todo o estado.
Policias civis do Rio Grande do Norte iniciaram uma greve geral, nesta terça-feira (23), em todo o estado. A decisão foi tomada após uma assembleia realizada na noite de segunda-feira (22), na qual os membros da categoria optaram pela interrupção de suas atividades devido a mais uma rodada de negociações salariais fracassadas com o governo local.
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Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança do RN (Sinpol), Nilton Arruda, a paralisação é uma resposta direta à falta de avanços nas tratativas com o governo. Em uma tentativa de chegar a um acordo, os policiais civis demonstraram flexibilidade ao propor um reajuste de 10%, dividido em duas parcelas: 5% em janeiro de 2025 e mais 5% em abril do mesmo ano. No entanto, o governo estadual apresentou uma contraproposta de apenas 5,3% de valorização, o que foi considerado insuficiente pela categoria.
Greve geral da Polícia Civil do RN é desencadeada pela insatisfação
Paralisação dos policiais civis afeta funcionamento das delegacias, gerando preocupações sobre segurança pública e registro de ocorrências.
Em uma declaração à imprensa, Nilton Arruda destacou a insatisfação dos policiais civis com a oferta apresentada pelo governo, enfatizando que a categoria acumulou significativas perdas inflacionárias ao longo dos anos. Ele ressaltou: “É a menor valorização que ele [o governo] está dando entre todas as categorias, (sic) pra Polícia Civil. E nós somos a categoria que mais tivemos perdas inflacionárias. Então, não temos como aceitar isso”.
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A paralisação dos policiais civis afeta diretamente o funcionamento das delegacias em todo o estado. De acordo com o Sinpol, nenhuma unidade, inclusive as de plantão, estará operacional durante o período de paralisação. Francisco Carlos de Medeiros, porteiro próximo a uma delegacia em Macaíba, relatou que os serviços estão suspensos há aproximadamente uma semana, causando transtornos para os cidadãos que buscam atendimento.
Diante desse cenário, surgem preocupações quanto à segurança pública e ao atendimento às demandas da população. Com as delegacias fechadas e a suspensão das atividades policiais, o registro de ocorrências e os atendimentos emergenciais podem ser prejudicados. “Nada vai funcionar. Boletins de ocorrência on-line que são realizados precisam de homologação de policiais. E os policiais vão estar parados, não vão nem homologar os serviços on-line. É serviço zero”, afirmou Nilton Arruda.
Incertezas pairam sobre desdobramento da paralisação policial no RN
Enquanto policiais civis enfrentam impasse salarial, militares e bombeiros alcançam acordo com reajuste e reestruturação de carreira.
Além disso, há incertezas quanto ao desdobramento da paralisação e às medidas que o governo do RN tomará para lidar com a situação. Até o momento, a Delegacia Geral de Polícia Civil não se manifestou oficialmente sobre a paralisação. Questões importantes como a lista de serviços afetados, os procedimentos para casos de flagrante e atendimentos em locais de crime, assim como a continuidade das negociações com a categoria, permanecem sem resposta.
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Enquanto os policiais civis enfrentam esse impasse, os policiais militares e bombeiros conseguiram chegar a um acordo com o governo estadual. O acordo prevê um reajuste de 8% a ser implementado em janeiro de 2025, seguido por um segundo reajuste de 5% em janeiro de 2026. Além disso, está em discussão um projeto de lei para reestruturar a carreira dos militares estaduais, permitindo a promoção de soldados a cabo após 4 anos e 6 meses de serviço.
A situação evidencia a importância do diálogo e da negociação em contextos de conflito laboral. Enquanto os policiais civis buscam reivindicar seus direitos salariais, é fundamental que medidas sejam tomadas para garantir a segurança e o bem-estar da população. O desfecho desse impasse dependerá da capacidade de ambas as partes em encontrar um ponto de equilíbrio que atenda aos interesses da categoria e às necessidades do estado.
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