09/04/24 - 11:45 | Atualizado em 09/04/24 - 11:45
Os Bispos da UE e Vaticano reiteraram oposição ao aborto antes de votação sobre sua inclusão na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. Documento recente do Vaticano, ‘Dignitas Infinita’, classifica aborto e mudança de gênero como ameaças à dignidade humana. Posicionamentos destacam divergências sobre direitos fundamentais e ressaltam a importância de respeitar as tradições culturais dos Estados-membros.
Antes da iminente votação marcada para 11 de abril, em Bruxelas, sobre a potencial inclusão do direito ao aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, os Bispos europeus, representados pela Conferência das Conferências Episcopais da UE (COMECE), reiteraram sua firme oposição à proposta e condenaram a imposição de ideologias.
Siga nossos canais:
Segundo a declaração emitida pela COMECE, “um ser humano, em qualquer situação e em todas as fases do desenvolvimento, é sempre sagrado e inviolável”. Este posicionamento é considerado uma base sólida e duradoura para a defesa dos direitos humanos. A declaração ocorreu em antecipação à votação programada durante a sessão plenária em Bruxelas, na próxima quinta-feira.
Bispos da UE e Vaticano condenam o aborto como uma prática grave
A COMECE enfatiza o direito à vida como fundamental, alinhado com a defesa da vida do nascituro pela Igreja Católica.
O recente documento “Dignitas Infinita”, elaborado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, classificou o aborto como uma prática “grave e deplorável”, alegando violações da dignidade humana. A COMECE, em sintonia com essa visão, expressou seu compromisso em promover uma Europa onde as mulheres possam exercer livremente sua maternidade, considerando-a um dom tanto para elas quanto para a sociedade.
Leia mais:
Os Bispos destacaram a importância de garantir que a maternidade não seja vista como uma restrição à vida pessoal, social ou profissional das mulheres.
“Promover e facilitar o aborto vai contra os verdadeiros interesses das mulheres e seus direitos”, ressaltou a COMECE em sua declaração. “O aborto nunca pode ser considerado um direito fundamental.”
A COMECE enfatizou que o direito à vida é o pilar fundamental de todos os outros direitos humanos, especialmente para os mais vulneráveis. Eles sublinharam que essa posição está alinhada com a visão da Igreja Católica, que defende a defesa da vida do nascituro em consonância com outros direitos humanos.
“Uma vez que alguém se torne incapaz de entender a vida do nascituro como algo inestimável, os fundamentos para a defesa dos direitos humanos estarão sempre sujeitos aos caprichos passageiros dos poderes constituídos”, destacaram os Bispos.
Além disso, a União Europeia foi instada a respeitar as diversas culturas e tradições dos Estados-membros e suas competências nacionais, sem impor posições ideológicas sobre questões como sexualidade, gênero, casamento e família. Os Bispos sublinharam que a Carta dos Direitos Fundamentais da UE não deve incluir direitos que não sejam reconhecidos por todos e que possam ser divisivos.
Bispos e Vaticano destacam que o direito ao aborto não é reconhecido em leis
O Vaticano, liderado pela ala conservadora, classifica mudança de gênero e aborto como graves ameaças à dignidade humana.
Nesse sentido, ressaltaram que o direito ao aborto não é reconhecido no direito europeu ou internacional, e sua abordagem varia consideravelmente nas Constituições e Leis dos Estados-membros.
Reportagens recomendadas:
- Resolução do CFM Reforça Proteção à Vida e Levanta Debates Sobre o Aborto Legal
- Parlamento da França Aprova Direito ao Aborto em Emenda Constitucional
O Vaticano, representado pela ala conservadora da Igreja Católica, reiterou sua posição em relação à mudança de gênero e ao aborto como “ameaças graves à dignidade humana”. O recente documento intitulado “Dignitas Infinita”, aprovado pelo Papa Francisco, reflete a visão dos bispos, liderados por membros da Igreja Católica na África.
O Cardeal Victor Manuel Fernández, chefe do Gabinete de Doutrinamento do Vaticano, destacou que o papa Francisco solicitou a inclusão de outras questões no documento, como pobreza, situação dos migrantes, violência contra mulheres, tráfico humano e guerra, como ameaças graves à dignidade humana.
Dentre as questões abordadas no documento, destacam-se:
- Barriga de aluguel: O Vaticano considera que este método viola a dignidade tanto da mulher responsável pela gestação quanto da criança. O Pontífice referiu-se a esse método como “desprezível”.
- Mudança de gênero: Os bispos alertam que qualquer intervenção desse tipo corre o risco de comprometer a dignidade única que a pessoa recebe desde a concepção.
- Aborto, eutanásia e pena de morte: O Vaticano reitera sua condenação a essas práticas, citando o Papa Francisco, seus predecessores Bento XVI e João Paulo II, e documentos anteriores do Vaticano.
- Abuso sexual: É classificado como uma ameaça à dignidade humana, tanto na sociedade em geral quanto dentro da própria Igreja Católica. Também são mencionados a violência contra mulheres, o cyberbullying e outras formas de abuso online.
Tanto a posição dos Bispos europeus quanto a do Vaticano reforçam a importância da defesa da vida humana em todas as suas fases e circunstâncias, destacando a necessidade de respeito e proteção à dignidade de cada indivíduo.
Fonte: Vatican News.
Obrigado por estar na Digital Press Brasil!
Queremos produzir mais reportagens gratuitas para você e contratar pessoas talentosas para a nossa equipe. Considere fazer uma doação de qualquer valor através da chave PIX abaixo (ela também é nosso e-mail de contato).
Doação com PIX
euapoio@digitalpressbrasil.com.br
Sobre errata e página de erros.
Por favor, aponte quaisquer equívocos — sejam eles informacionais, ortográficos, gramaticais, entre outros — presentes em nossas reportagens. Sua contribuição é fundamental para que possamos analisar e corrigir esses erros. Se encontrar algum problema ou precisar entrar em contato por qualquer outro motivo, por favor, faça-o através deste link. Para acessar a página de erros, clique aqui.
Seja nosso colunista.
Seja um colunista voluntário na Digital Press Brasil, fale conosco e escreva “quero ser colunista” no “assunto” do formulário clicando aqui.