29/03/24 - 18:18 | Atualizado em 29/03/24 - 18:18
O relatório da Polícia Federal revelou graves falhas na investigação do assassinato de Marielle Franco, apontando deficiências na atuação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A falta de diligências e ocultação de informações comprometeram a identificação dos responsáveis pelo crime. A advogada de Rivaldo Barbosa nega qualquer envolvimento e a Secretaria de Polícia Civil instaura inquérito para apurar as condutas dos envolvidos.
A investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) revelou uma série de deficiências na apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. O relatório final aponta que a atuação da Polícia Civil do Rio de Janeiro foi marcada por falhas que comprometeram a identificação dos responsáveis pelo crime ao longo dos últimos seis anos.
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Segundo a PF, uma das principais falhas da investigação realizada pela Polícia Civil foi a falta de diligências adequadas para esclarecer os detalhes do caso. “A equipe responsável pelo caso não apenas deixou de realizar diligências relevantes, como também contribuiu para a sabotagem do processo investigativo”, destacou um porta-voz da PF.
Assassinato de Marielle Franco: Barbosa influenciou investigação
De acordo com a PF, Barbosa orientou Giniton Lages, prejudicando diligências e comprometendo a eficácia da investigação policial.
O relatório ressalta que o então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, teria influenciado o curso da investigação para garantir que os verdadeiros mandantes do crime não fossem identificados. “Barbosa foi um dos arquitetos do crime ao garantir, antes mesmo do assassinato, que a investigação não chegaria aos reais mandantes”, afirmou a PF.
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A PF também aponta que o delegado Giniton Lages, responsável pela investigação no Rio de Janeiro, teria sido influenciado por Barbosa. “Lages foi indicado por Barbosa e conduziu a investigação seguindo orientações que prejudicaram o andamento do caso”, declarou um agente da PF.
Entre as falhas apontadas no relatório, destacam-se a falta de captação e análise de imagens de câmeras de segurança nos locais por onde o veículo dos assassinos passou, o uso de denúncias duvidosas, erros incompatíveis com a realidade e orientações inadequadas de testemunhas. “Essas deficiências comprometeram a rapidez e eficácia da investigação”, afirmou o porta-voz da PF.
Relatório revela ocultação de informações e desaparecimento de provas cruciais no caso
A falta de informações sobre a busca na empresa Martinelli Imóveis e a demora em diligências prejudicaram a identificação dos responsáveis.
Além disso, o relatório aponta que houve ocultação de informações relevantes e sumiço de materiais que poderiam auxiliar nas investigações. Um exemplo disso foi o desaparecimento do celular de Eduardo Siqueira, conhecido como Dudu do Clone, apontado como responsável por clonar a placa do veículo utilizado no crime.
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Outra falha grave mencionada no relatório foi a ausência de informações substanciais sobre a busca e apreensão realizada na empresa Martinelli Imóveis. “Apesar da indicação de que o local era frequentado por suspeitos, não foram fornecidas informações sobre o resultado das buscas”, ressaltou a PF.
A demora na realização de diligências importantes também foi destacada pela PF como um fator que contribuiu para a estagnação do caso ao longo dos anos. “A falta de ação imediata após o crime comprometeu a coleta de provas e dificultou a identificação dos responsáveis”, explicou um investigador.
Advogada de Rivaldo Barbosa reitera inocência diante de falhas apontadas
A Secretaria de Estado de Polícia Civil instaura inquérito para investigar condutas de Barbosa e Lages no caso.
Diante das falhas apontadas no relatório da PF, a advogada de Rivaldo Barbosa reiterou a inocência de seu cliente. “Barbosa nega qualquer envolvimento com o crime e está confiante de que sua inocência será comprovada”, afirmou a advogada em comunicado à imprensa.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que instaurou um inquérito para apurar as condutas de Rivaldo Barbosa e Giniton Lages em relação ao caso. “Estamos comprometidos em esclarecer todas as circunstâncias relacionadas a este crime hediondo”, declarou um porta-voz da Secretaria.
O relatório da Polícia Federal revela uma série de falhas na investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, indicando a necessidade de uma revisão profunda no processo investigativo para garantir que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados.
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